Pular para o conteúdo principal

Operações suspeitas de lavagem de dinheiro envolvem 1.845 pessoas

Fonte: Agência Brasil

RIO - O Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf), órgão vinculado ao Ministério da Fazenda, registra somente este ano, até o dia 28 de fevereiro, 227 relatórios elaborados a partir de 4.042 comunicações de operações suspeitas de crimes de lavagem de dinheiro, envolvendo o nome de 1.845 pessoas físicas e jurídicas.

Criado para ser a unidade de inteligência financeira (UIF) no combate à utilização do sistema financeiro para lavagem de dinheiro ilícito, o Coaf completou dez anos de atuação em 2008. No ano passado, o conselho fez 1.431 relatórios, resultantes de 44.814 comunicações sobre operações suspeitas de lavagem de dinheiro, que listaram nomes de 12.210 pessoas físicas e jurídicas.

Em entrevista à Agência Brasil, o presidente do Coaf, Antonio Gustavo Rodrigues, disse que as comunicações continuam chegando ao órgão em ritmo crescente. - Os volumes são espantosos - afirmou.

Rodrigues participa hoje do 5º Fórum Nacional de Prevenção a Crimes Econômicos, organizado pela Associação e Sindicato dos Bancos do Estado do Rio de Janeiro.

No período de 2003 a 2006, o número de envolvidos em operações suspeitas mais do que triplicou. Em 2003, o Coaf fez 521 relatórios vinculados a 1.344 comunicações de operações suspeitas, envolvendo nomes de 3.200 pessoas. Em 2006, o total de relatórios subiu para 1.169, envolvendo 27.305 comunicações e 11.106 pessoas.

Em 2007, o número de relatórios foi de 1.555. - Em 2007, a gente teve um crescimento grande na quantidade, mas, em 2008, os relatórios foram mais pesados, tinham mais informações e maior número de pessoas envolvidas -afirmou o presidente do Coaf.

As instituições estão mais atentas a qualquer indício de crime de lavagem de dinheiro e enviam mais suspeitas ao Coaf, acrescentou. Entre 1998 e 2007, o conselho recebeu dos bancos 63.964 comunicados de indícios de irregularidades. Em 2008, foram 17.389. Segundo Rodrigues, esse número vem crescendo todo ano, devido ao aperfeiçoamento das instituições.

O presidente do Coaf destacou também o relacionamento do conselho com outros órgãos, por meio do Sistema Eletrônico de Intercâmbio (SEI). Além de produzir relatórios, o conselho recebe ofícios de entidades, a cujos bancos de dados não tem acesso. Em 2003, o sistema registrou 471 ofícios. No ano passado, esse número subiu para 2.252.

O Coaf trabalha como interface entre o setor privado e entidades de natureza policial e investigativa. Isso significa que quando o órgão verifica que a suspeita de irregularidade é procedente, o caso é encaminhado para investigação ao Ministério Público, à Polícia Federal ou à Receita Federal.

Ele advertiu, porém, que nem toda movimentação está relacionada a um crime. - Muitas vezes, se trata apenas de uma operação que foge ao padrão do mercado e que, por isso, chama a atenção - lembra.

As chamadas Unidades de Inteligência Financeira (UIFs) foram criadas pela Convenção de Viena, em 1988, quando os governos perceberam que uma ferramenta importante para o combate à lavagem de dinheiro era privar o infrator do produto do crime. A chamada lavagem de dinheiro consiste na utilização de mecanismos legais para dar uma explicação lícita ao dinheiro oriundo de crimes como tráfico de drogas, contrabando, terrorismo e corrupção. As UIFs podem ser administrativas, como o Coaf, e policiais.

06:59 - 12/03/2009

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

Lista dos Estados que possuem Delegacias de Polícia de combate aos Crimes Cibernéticos

Esta ideia começou com o post sobre os órgãos especializados no enfrentamento aos crimes virtuais , que estava desatualizado. Estou fazendo essa atualização com vistas a uma melhor orientação às pessoas. Muitos já copiaram e replicaram este post, sem atualizar os dados e sem referenciar a fonte, mas o que importa é a difusão da informação. O primeiro aspecto de um registro de ocorrência de um crime virtual é saber o que levar ao conhecimento da Polícia Judiciária. Por isso, sugiro a leitura do post sobre como proceder em casos de crimes virtuais, deste blog. Crimes virtuais: com proceder? Então, vamos à lista dos Estados brasileiros onde você pode encontrar atendimento especializado, não esquecendo que se você não se encontra na cidade ou Estado em que há um órgão policial específico você pode e deve registrar a ocorrência na Delegacia de Polícia mais próxima . O que não pode é deixar o fato sem o conhecimento de uma Autoridade Policial. -  Rio Grande do Su...

Pirâmides e outros perigos no Twitter

-------------------------------------------------------------------- Muito se tem discutido no Twitter sobre os sites de “scripts de followers” relacionados ao Twitter. Legal ou ilegal? Crime ou não? Dados são capturados? Várias perguntas que eu e o Sandro Süffert resolvemos escrever o artigo conjunto abaixo. Comentem, critiquem etc. ----------------------------------------------------------------------------- O twitter - ou simplesmente TT - é um serviço de micro-messaging muito simples e revolucionário. Por sua simplicidade ele é usado por mais gente que outros sites de redes sociais. Devido à sua simplicidade e à grande utilização, são centenas os sites que "complementam" as funcionalidades do twitter. Alguns exemplos são: sites usados para encurtar os tamanhos dos links (URLs) nos tweets e se ajustar ao limite de 140 caracteres, como o bit.ly , o tinyurl.com e o http://g...

Crimes virtuais: como proceder??

Nos finais de ano ou próximo às festividades mais importantes, há sempre um número recorde de textos e postagens, em sites e blogs de segurança na web, orientando os usuários da internet em como fazer compras de maneira segura e com o mínimo de riscos, o que é muito positivo. Porém, não tem como não fazer algumas considerações a respeito daqueles que, a despeito de todas as orientações, por algum motivo ou outro, acabam sendo vítimas de crimes virtuais , principalmente as fraudes eletrônicas, seja com a subtração de valores de contas bancárias, seja com utilização de cartões de crédito e/ou débito. Percebe-se que o usuário-vítima, em primeiro momento, procura recompor sua perda financeira diretamente na instituição bancária, o que é de todo compreensível. Quem fica satisfeito em sofrer prejuízo econômico e não vai atrás daquilo que lhe tiraram? No entanto, a sugestão importante , até para que a polícia possa ter o conhecimento real sobre esse tipo de crime, é de que a pess...